Cuidando da pele do rosto

Uma das manifestações, se posso dizer assim, do hirsutismo é o sebo e a acne. A acne em mulheres adultas tem como principal causa os distúrbios hormonais e foi assim que, aos 21 anos, eu comecei a apresentar um quadro de acne constante. Para uma adolescente que não teve nenhum tipo de problema com acne, tendo conhecido mesmo até os 21 anos algumas poucas (poucas mesmo) erupções no rosto, foi assustador notar que o meu rosto estava sofrendo com o problema.

Os cravos também se estenderam por toda a zona T do meu rosto e nada do que eu fizesse amenizou o problema. Após a minha primeira conversa com o endocrinologista eu resolvi procurar uma dermatologista para amenizar o quadro "espinhento" enquanto os remédios não fizessem efeito. Na consulta eu expliquei toda a minha situação e a médica me receitou quatro produtos para o controle da acne, dos pelos encravados e para as manchas. São eles: o sabonete Salisoap, o antibiótico tópico Dalacin-T, uma solução manipulada de ácido retinóico e o protetor solar SunMax Acquagel FPS 20. Vou falar um pouco sobre os produtos e sobre a minha experiência de uma semana com eles.

Salisoap: (clique no link para ler a bula!)

O salisoap é um sabonete produzido para combater a acne e o sebo. A dermatologista indicou que eu fizesse uma limpeza com o sabonete pela manhã e pela noite para retirar a oleosidade excessiva do rosto e para evitar o aparecimento de novas espinhas e cravos. O primeiro dia de uso do sabonete foi de puro êxtase! Nunca havia sentido a minha pele tão limpa!

Antes do Salisoap eu utilizei um sabonete da Asepsia que não trouxe nenhum resultado positivo. Como na época eu não sabia o motivo das minhas espinhas, abandonei o produto bastante insatisfeita. Mas na pessoa que me indicou o sabonete os resultados foram maravilhosos.

Logo após me indicaram o uso do sabonete de enxofre da Granado para a acne e para a foliculite. Nas primeiras semanas de uso eu adorei. A acne não reduziu, mas as inflamações nos pelinhos melhoraram consideravelmente. Eu chegava a sentir dor com o quadro avançado de foliculite! Com o uso, reduziu a dor à praticamente zero. Mas os pelos continuavam encravados!

Outro fator importante de vantagem do Salisoap, em minha opinião, sobre os dois produtos que citei é que o Salisoap não deixa a pele "repuxada"! Ele retira a oleosidade, mas na medida certa: não ressecando por completo a pele. Após a limpeza do rosto com o salisoap, eu senti minha pele mais hidratada, com viço e com oleosidade balanceada. Desde o primeiro dia de uso não apareceram mais espinhas. Claro que o efeito está associado ao uso do A.C. Estou no final da 3ª cartela e espero não ter mais espinhas. Mas devo manter o uso do sabonete. Super aprovado!

Dalacin-T:  Cheguei ao consultório da dermatologista com um quadro de espinhas inflamadas bem chatinho. Então ela receitou o uso de um antibiótico tópico bastante eficaz para o tratamento de acne, o Dalacin-T. Foi receitado o uso pela noite nas áreas afetadas com espinhas. Logo no primeiro dia de uso eu me senti satisfeita. A aplicação é bem simples. O frasco possui uma "esponja" de aplicação. Assim que passei o produto nas espinhas, senti um alívio imenso na dorzinha provocada pela inflamação. Em cerca de três dias de uso, só me sobram resquícios de acne inflamada e pequenas machas. Aprovado com louvor!

Ácido retinóico a 0,01%: o ácido retinóico foi indicado para tratar as áreas com pelos encravados e também para todo o rosto. Caso houvesse irritação, a médica recomendou que eu fizesse o uso do produto em noites espaçadas. Mas como não apresentei nenhuma irritação no rosto, utilizei em todas as noites desta primeira semana.

O ácido retinóico é recomendado para o tratamento de acne e para clareamento de manchas e esfoliação da pele. Nesta primeira semana de uso, com esta solução mínima, não percebi nenhum resultado significativo. A pele fica macia e hidratada, mas não senti que tenha afinado especialmente nas áreas com a foliculite. Mas é um caminho longo a ser percorrido e não vou desistir até alcançar o resultado esperado.

Eu quero melhorar o aspecto da minha pele para me sentir mais confiante na espera pelo tratamento farmacológico e, posteriormente, pelo tratamento a laser ou eletrólise.

Protetor solar SunMax Acquagel FPS 20: Uma das minhas principais preocupações com a pele do rosto é a proteção contra os raios solares. Para peles oleosas e com tendência a acne e sebo, a escolha do protetor adequado é bastante complicada. Eu utilizei por muitos anos protetores comuns, com sundown e alguns da Avon para o rosto. Antes das manifestações do hirsutismo, nunca tive nenhum problema. Mas, após os primeiros sintomas, era praticamente impossível continuar o uso destes protetores. No rosto, por exemplo, o uso do protetor comum acarretou um aumento na acne e nos cravos: um horror! Então sentei no consultório e logo pedi uma recomendação de protetor.

Como ela havia me receitado o uso do ácido retinóico, o protetor solar seria indispensável porque a pele estaria mais sensível aos raios solares. Assim ela me indicou o protetor SunMax acquagel.

Eu estranhei bastante no primeiro dia. O frasco parece de colírio e a consistência do produto é realmente aquosa. Tem uma corzinha esverdeada, mas que e absorvida rapidamente pela pele. Espalhando pelo rosto e pescoço eu sinto uma pequena camada gelatinosa, feito máscaras de pepino. Mas após alguns minutos, ele se torna imperceptível.

Utilizo o produto por três vezes ao dia, ou sempre quando acho necessário. Uso pela manhã após lavar o rosto; à tarde para retoque e à noite. Ele também hidrata a pele e por isso dispensei todos os outros hidratantes faciais (que deixavam a pele mais oleosa que tudo!).

Bom, estas são as minhas impressões da primeira semana de uso. Ao final da próxima semana eu atualizo os resultados. Devo retornar à dermatologista daqui há um mês e irei detalhar aqui a nova consulta.

Até a próxima, pessoal. Força para o tratamento!

Diane 35 e os seus resultados.

Como expliquei em postagem anterior, o primeiro medicamento receitado para tratar a S.O.P e o hirsutismo foi o A.C. Diane 35. A composição do medicamento (2mg de acetato de ciproterona e 0,035 mg de etinilestradiol) é própria para o tratamento de casos leves de hirsutismo ocasionado pela S.O.P e a combinação de seus elementos proporciona a contracepção. Como não pretendo ter filhos neste período, essa foi a "melhor" indicação feita pela ginecologista.

O Diane 35 também foi recomendado para o tratamento da pele, diminuindo o sebo e eliminando a acne. Mas os resultados só poderiam ser alcançados com três meses, no mínimo, de tratamento.

Começo de tudo.

Não é fácil! Este é, com certeza, o primeiro pensamento que me vem à mente quando penso sobre o meu problema: o hirsutismo. E penso assim por diversos motivos que pretendo compartilhar neste primeiro post de desabafo e de pequena introdução.

Mas, antes de dar início ao meu relato com esta condição física, preciso esclarecer meus objetivos e minhas motivações para iniciar este blog. Há dois anos fui pré-diagnosticada pelo meu ginecologista com a S.O.P: Síndrome do Ovário policístico. Digo "pré" porque os sintomas foram inicialmente os determinantes para esta avaliação prévia. Dos 18 ao 21 anos comecei a ter espinhas no rosto. No início elas eram discretas e bastante espaçadas, mas incomodavam bastante pelo fato de eu ter passado pela minha puberdade e adolescência sem o incômodo delas. Aos 21, os pelos faciais começaram a engrossar e a ocuparem maiores áreas. Por exemplo, se antes eu tinha poucos pelos no buço, no queixo e uma costeleta discreta, passei a apresentar um quadro complicado de controle dos pelos em todos estes lugares. Chegando mesmo a ter pelos encravados no queixo e um quadro de barba "pré-adolescente".

Antes de qualquer exame o médico me disse: esse quadro pode ser um indicativo de S.O.P e nós iremos realizar alguns exames. O exame recomendado foi o de ultrassonografia pélvica. Fiz o exame, mas os anos corridos da graduação me fizeram esquecer por completo as minhas obrigações com a saúde: eu simplesmente não retornei ao ginecologista.

Um ano depois o quadro piorou drasticamente. A pele do meu rosto apresentava muito sebo e bastante acne. A situação do queixo era incontrolável e cheguei mesmo a sentir dores pela quantidade de inflamação no local. Sem contar as cólicas e dores abdominais de tirar o fôlego. Só isso para fazer lembrar-me do meu corpo.

Então retornei ao ginecologista que, enfim, analisou minha primeira ultrassonografia. Segundo ele, eu já apresentava alguns micros cistos no ovário, mas ele precisava de outro exame para confirmação, já que me afastei por um ano do seu consultório. Refiz os exames, mas nesse intervalo o meu ginecologista adoeceu e veio a falecer. Um caos. Já estava sofrendo com o avanço do quadro e agora com a morte repentina do meu médico. Então comecei a pesquisar na internet tudo o que eu podia, sem nem ao menos saber o que eu tinha de verdade.

Marquei uma consulta com uma nova médica e ela analisou meu ultrassom verificando um aumento exagerado dos meus ovários e uma presença grande de micro cistos nos mesmo. Estava finalmente diagnosticada a S.O.P. Mas a médica não soube me explicar sobre os efeitos (acne, pelos em excesso, etc.). Apenas me passou um remédio, o anticoncepcional Diane 35, afirmando que este era o melhor tratamento para o meu caso. Eu deveria voltar em três meses para avaliar os resultados, mas ela orientou que eu não esperasse muito em menos de um ano. Eu saí chorando do consultório.

Mas não desisti. Passei noites em claro em frente ao computador. As informações eram incompletas, confusas, esparsas. Mas uma delas eu segui: procure um endocrinologista. E assim eu fiz. Na primeira consulta eu obtive todas as respostas possíveis para o meu problema, apesar de não ter nada confirmado. Ele me informou que o hirsutismo, caracterizado como excesso de hormônios masculinos no corpo da mulher, ou uma sensibilidade aumentada aos efeitos do mesmo, era apenas um sintoma e que nós deveríamos buscar as causas do meu problema. Tivemos uma conversa longa e saí de lá com uma lista de exames para realizar.

Nessa trajetória eu percebi o que realmente falta para mulheres na mesma situação que eu é informação disponível e um espaço para trocar experiências e proporcionar uma força coletiva. O que eu encontrei pela internet, em sua maioria, foram sites, blogs com definições sobre o sintoma e só. Mas nos comentários dos textos eu vi surgir um grupo de mulheres preocupadas com seu corpo e sua saúde, mas sem nenhuma informação sobre como lidar com o problema.

Posto isso, criei este blog para trocar com todas estas mulheres as minhas experiências com o tratamento que irei iniciar e para criar um espaço de diálogo entre todas nós portadoras do problema. Há todo o momento eu encontrei motivos para desanimar. Estou fazendo análise porque em um determinado momento da minha trajetória eu simplesmente desabei em uma melancolia profunda. Mas não posso me abater assim. Preciso estar confiante e disposta a me tratar. E preciso passar toda essa força para mulheres que, como eu, vivem o mesmo dilema. 

Até as próximas postagens.